1. Leonardo Steinberg
Nasceu (1986) e cresceu no Brasil. É pessoa de gênero dissidente. Desde criança, participou dos grupos de teatro da escola e, aos 15 anos, apaixonou-se pelo circo. Teve sua primeira experiência com o tecido acrobático — e o amor foi tanto que lhe tirava o sono; respirava apaixonado pela possibilidade de mover-se ao longo de um pano pendurado. Posteriormente, foi pioneiro ao trabalhar com o tecido e os aéreos de circo na cidade onde cresceu (Campinas/SP).
Desde então (2002), dedica-se ao desenvolvimento corporal voltado para a cena, a performance e os treinamentos aéreos circenses, integrando apresentações e aulas.
Em 2015, após alguns anos de trabalho intenso com as faixas aéreas, desenvolveu uma lesão crônica no ombro e viveu um momento de profunda dor e desconexão com os aéreos. No mesmo ano, concluiu sua especialização (lato sensu) na Técnica Klauss Vianna, que lhe ofereceu recursos para desenvolver sua própria metodologia de trabalho — mais tarde denominada Corpo Aéreo. Fundou sua escola de aéreos, a Casa do Pano, onde se dedicou exclusivamente por sete anos, construindo uma trajetória de sucesso da própria escola e, assim, repaginando mais uma vez sua história de vida e de amor com os aéreos de circo.
Atualmente, Leonardo vive em Barcelona, aprofundando seus estudos em movimentação dinâmica e oferecendo aulas regulares de aéreos. Atua como docente-facilitador e artista-investigador na pesquisa Corpo Aéreo, que segue ganhando sentido e espaço.
2. Corpo Aéreo
uma prática somática para os aéreos de circo
Corpo Aéreo é uma metodologia em constante transformação, que nasce do encontro entre circo aéreo, performance e educação somática, fundamentada na Técnica Klauss Vianna (TKV), da dança contemporânea.
Mais que executar movimentos, propõe escutar o corpo em sua relação com o tempo, o espaço e os impulsos. O gesto parte da pessoa em movimento — e a técnica e expressividade surgem como consequência natural.
Cada praticante é convidade a investigar a si mesme, descobrindo caminhos de força e fluidez que respeitam sua anatomia, história e singularidade. O treino favorece autonomia e presença desde a primeira aula.
A metodologia valoriza tanto a expressão artística quanto o treino físico seguro, desenvolvendo força, flexibilidade e controle técnico. Atende quem quer criar cenas ou aprimorar habilidades e condicionamento, sempre preservando o corpo.
Em dez anos, observou-se que reduzir repetições mecânicas diminui o desgaste físico, resultado de um trabalho focado na propriocepção, segurança e cuidado corporal.
As aulas são inclusivas e acolhem corpos diversos, com ou sem experiência, aplicando-se a treinos e criações cênicas. Os aparelhos (tecidos, corda, trapézio, aro, straps) deixam de ser instrumentos e se tornam parceiros dançantes.
Corpo Aéreo dissolve fronteiras entre técnica e criação. Para artistas experientes, oferece recursos sólidos e sustentáveis; para iniciantes, revela desde a primeira subida o potencial expressivo de cada gesto — transformando o voo em uma experiência única.